Ele vai enchendo meu copo de vinho
Deixa ver se adivinho o que ele quer
Talvez queira apenas um canto no ninho
E ficar juntinho se chance tiver
Eu finjo entrega fazendo o que posso
Pra deixar o moço fazer seu mister
Virando os olhos do jeito que eu gosto
Sonhando ganhar um carinho qualquer
Minha cabeça roda num moinho de vento
Minha alma ao relento reluta bailar
Meu corpo exalando suor dos amantes
Um único instante pra sempre durar
Ela vai se sentando tão cheia de brio
Dá um certo arrepio sentir seu olhar
A mão estremece na noite de frio
Que sua presença insiste em mudar
Abasteço seu copo olhando o infinito
Querendo aflito um beijo ganhar
Enquanto ela brinca em silêncio no rito
Seu corpo no meu, querendo brindar